segunda-feira, junho 29, 2009
Programa de Concerto
Auto-Glosa (2009) *
Branco em branco (2009) *
Credos (2008) *
Ciclo para coro (2009) *
1. Tristis est anima mea
2. Stabat mater
3. Gloria
Dorme, que a vida é nada! (2009) *
Salmo 150 (2000)
1. Alleluia!
2. Saltério
3. Alleluia ii
Requiem por mim (2009) *
6 de Julho, Igreja do Loreto, Lisboa (chiado)
Coro Ricercare
Direcção: Pedro Teixeira
Sinfonietta de Lisboa
Direcção: Vasco Pearce de Azevedo
* Estreia absoluta
Compositores Portugueses
“... Louvai o Senhor no Seu majestoso firmamento ... louvai-O com a harpa, louvai-O com a flauta, louvai-O com a cítara, louvai-O com címbalos retumbantes ... tudo o que respire louve o Senhor: Alleluia!”
Que palavras tão sonoras, estas!
Sonoras como sinos!
E que estímulo para a composição!
A música já está contida no texto. Basta abrir-lhe o nosso coração e deixarmo-nos vibrar na sua própria ressonância. Ao tratar o “Salmo CL”, de tamanha exaltação do espírito, eu próprio me senti transformado num tímpano gigante.
Que alegria, que exaltação!
E que redescoberta da Luz!
Eurico Carrapatoso, Lx. 3.IV.01
Novos Compositores Portugueses
Esta peça surge na perspectiva de dar corpo e substância à forma etérea construída pelo poema, de maneira a preencher os contornos desenhados pelo texto.
A obra é fundamentalmente baseada em cores hamónicas, por vezes iludidas por pequenas linhas melódicas que insinuam veementemente o significado das palavras.
Percorro, em gnose, a altura dos ventos...
Traçando guardas de resoluta inquietação,
Espremendo a brisa que de mim se oculta
E, gota a gota, o suor da ilusão... “
João De - Outubro de 2006
Novos Compositores Portugueses
Porque a música contemporânea igualmente se escreve no feminino, aqui vos deixamos Ana Seara, cuja peça Credos, será estreia nos dias 6, 7 e 8 de Julho.
Nas palavras da jovem Compositora:
CREDOS
Uma peça de fé para quem a vive e entende como tal e para quem pensa e diz não a ter.
Os Credos de cada um e de cada povo.
Crenças e esperanças.
A oração em latim confronta Alberto Caeiro, ou será Caeiro que confronta a oração?
Credo in unum Deum. Patrem omnipoténtem, factórem caeli et terrae, visibilium dominum et invisibilium. Deum de Deo, Lumen de Lumine, Deum verum de Deo vero. Jesum Christum Filium Dei. Qui propter nos hómines et propter nostram salútem descédndit de caelis.
Pensar em Deus é desobedecer a Deus,Porque Deus quis que o não conhecêssemosPor isso se nos não mostrou
Crucifixus, passus et sepúltus est
Sejamos simples e calmos Como os regatos e as árvores, E Deus amar-nos-á fazendo de nós Belos como os regatos e as árvores
Et ressuréxit tértia die, Et ascéndit in caelum
E dar-nos-á verdor na sua primavera, E um rio aonde ir ter quando acabemos!
Novos Compositores Portugueses
O Miguel Teixeira, Lisboeta nascido em 1987, é estudante do Curso de Composição na Escola Superior de Música de Lisboa (ESML), encontrando-se actualmente a finalizar o 2º ano.
Começou os seus estudos musicais académicos na Academia dos Amadores de Música onde frequentou as cadeiras de ATC com Pedro Rocha e Eurico Carrapatoso. mais um estudante de Direito que opta pela Música, foi aluno de composição de Carlos Marecos e hoje de Sérgio Azevedo.
Em 2008 e 2009 participa no projecto Peças Frescas, tendo estreado, até o momento, uma peça para instrumento solo, e uma peça de música de câmara (“Mar Sonoro”, para flauta solo, e “Vox Clamens”, para violino e piano) e, noutro evento, uma peça para a orquestra de sopros da ESML (“Messier 80”).
Frequentou seminários de António Pinho Vargas, Carlos Guedes, Emmanuel Nunes, Eurico Carrapatoso, Fernando Lapa, João Pedro Oliveira, Marc-André Dalbavie, Peter Hamel e Sérgio Azevedo, e participou no “Workshop de Direcção Coral” de 2009 em Évora com o professor e maestro Paulo Lourenço.
A não perder nos dias 6, 7 e 8, prometo-vos uma nova forma de encarar a musica contemporânea, espantem-se!
Ciclo para coro nas palavras do Compositor:
dedicado à minha mãe
“Sobre o golpe sem fundo do meu lado
Ia caindo o rio do teu pranto;
E o meu corpo pasmava, amortalhado,
De um rio amargo que adoçava tanto.”
excerto do poema "Pietà" de Miguel Torga,
in Diário I
Novos Compositores Portugueses
Dorme é a palavra que marca o poema e é também a palavra que direcciona a música para um canção de embalar.
Dorme, que a vida é nada!
Dorme, que a vida é nada!
Novos Compositores Portugueses
O texto refere duas substâncias de clara elevação. Uma, dramática, quando o sujeito, perante a iminência da sua morte, se confronta com a inevitabilidade do fim. Outra, redentora, pela sublime aspiração da total dissolução. Foram estas duas “naturezas” que guiaram o discurso musical.
Esta peça é dedicada a Rita Martins que, precocemente se “eternizou no seu esplendor torrencial de rio”.
Ilhas, 14 de Junho de 2009.
João Francisco Nascimento.